Na primeira pessoa, Rita Sá Ferreira  partilha connosco a sua experiência Fulbright, 2019-2020.  Ao abrigo da Bolsa Fulbright para Investigação com o apoio da FCT  e no âmbito do seu doutoramento em Bioengineering na Universidade Nova de Lisboa, Rita passou praticamente um trimestre na Mayo Clinic Graduate School of Biomedical Sciences, Rochester, MN.

 

«Em Janeiro de 2020 rumei a Rochester, Minnesota para a minha experiência Fulbright de 4 meses. Tive a oportunidade de desenvolver parte do meu projeto de doutoramento na prestigiada Mayo Clinic, no âmbito de envelhecimento vascular. Apesar de não ser a minha primeira experiência profissional fora de Portugal, as sensações de ansiedade e nervosismo foram as mesmas, juntamente com um grande entusiasmo e vontade de aproveitar esta oportunidade.

Fui recebida na pequena cidade de Rochester por um povo afável, sempre pronto a ajudar com uma enorme simpatia. Aluguei um estúdio através de uma agência local. Pela falta de oferta de quartos para alugar e pela maior liberdade, optei por ficar a viver sozinha.

Uma grande parte deste desafio foi enfrentar o duro Inverno do Minnesota, com temperaturas a atingirem os 30 graus negativos, neve constante e ocasionais tempestades. Apesar de todo o desconforto e dificuldades em desempenhar tarefas tão simples como ir a um supermercado, no Minnesota pude apreciar uma paisagem completamente diferente da que estava habituada em Portugal: campos cobertos de neve abrilhantados pelo sol de Inverno.

(Rochester)

Poder trabalhar num local único como a Mayo Clinic, considerado o melhor hospital dos Estados Unidos, foi um privilégio. “The needs of the patient come first” é o principal valor da instituição e está bem presente não só no hospital, mas também na filosofia da investigação ali desenvolvida. O espírito da Mayo Clinic relembra-nos o porquê de trabalharmos em investigação: a vontade de contribuir com conhecimento científico para melhorar as condições de vida de quem mais necessita. Para além do hospital e dos laboratórios de investigação, dentro das suas instalações no campus de Rochester podemos também apreciar tours de arte e ouvir voluntários a tocar nos vários pianos presentes no edifício principal.

(Mayo Clinic)

Aproveitei também a minha estadia nos Estados Unidos para visitar Nova Iorque, uma das cidades que sempre quis conhecer. Guardo comigo as luzes de Times Square, a tranquilidade e imensidão do Central Park, a icónica Brooklyn Bridge, as vistas dos arranha céus e os diversos relaxados e sofisticados bairros. Fica um desejo de voltar vezes sem conta!

(New York)

Infelizmente, a minha estadia nos Estados Unidos foi encurtada devido à pandemia de COVID-19.  Ao final de dois meses e meio regressei a Portugal com memórias de uma excelente experiência pessoal e profissional. Os maiores agradecimentos à Comissão Fulbright e à FLAD pela oportunidade e por todo o incansável apoio ao longo desta aventura.

Para todos aqueles que estão a pensar candidatar-se o meu conselho é arriscarem e saírem da vossa zona de conforto. É desafiante partir sozinho para o desconhecido, irão certamente enfrentar bons e maus momentos. Mas no final irá ser uma experiência única de aprendizagem e superação.

Deixo aqui algumas dicas para futuros Fulbrighters:

– Cheguem pelo menos 5 dias antes da data de início do trabalho. Irá ser útil para se ambientarem ao horário, conhecerem a cidade, os transportes e tratar de documentação.

– Se estiverem numa cidade pequena tenham atenção à falta de transportes públicos. Para temporadas maiores considerem alugar ou comprar um carro.

– O custo de vida, mesmo numa cidade pequena, é elevado.

– Para alugar casa, contem com o pagamento prévio de um depósito que poderá ser equivalente ao valor de duas vezes a renda mensal.

– Adiram ao cartão Revolut. Foi sem dúvida essencial para não pagar taxas em todas as transações que efetuei.

– Para quem viajar para um estado com Invernos rigorosos, levar roupa, sapatos e acessórios adequados.»

 

Muito obrigada, Rita, welcome back!

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