Susana Andrade
“Cinco semanas, cinco estrelas
Finda uma longa viagem, eis que considero este percurso uma grande vantagem não só em termos académicos, como também pessoais. Por outras palavras, considero que todo o trabalho desenvolvido tornou-me uma pessoa revolucionariamente diferente e com mais experiência na minha formação.
Durante este feito extraordinário, as grandes emoções tomaram conta de mim portanto, não sei por onde começar, logo, começo pelas sensações mais tristes que ocorreram no fim. Dizer adeus às pessoas que sempre me acompanharam, não foi tarefa fácil, pois viver diariamente com uma “família” de várias culturas, línguas, talentos e qualidades foi extremamente enriquecedor, lúdico até tornou prazeroso acordar às sete da matina.
Antes de ganhar a bolsa, se me dissessem que ia estar cinco semanas nos EUA, por causa da Fulbright, com certeza que não ia acreditar, contudo depois de ter recebido uma das melhores notícias da minha vida, neste momento acredito quase tudo é possível e que não devemos deixar de sonhar.
Cheney é a cidade das quatro estações, pois tudo aconteceu: fez sol (rimos até de madrugada), choveu (chorei na despedida e no discurso da directora do programa), ou seja, parecia um filme saído de Hollywood. Além disso, o estado onde esta se insere é o Evergreen State, portanto podem imaginar os jardins, as montanhas, entre outras maravilhas pintadas pela Natureza que nos fizeram tirar o fôlego.
Nós tivemos a oportunidade de fazer várias trajectórias nomeadamente fomos a Couer d’Alene, Spokane, Pullman, Olympia, Seattle, etc. e a cidade que mais agraciei foi a última mencionada, pois a Fulbright não se esqueceu de nos proporcionar conhecimento das mais variadas formas e portanto, percorremos vários espaços, entre eles: o museu da música e da ciência; também fizemos uma viagem de barco, admirámos o aquário, subimos a Space Needle, dançámos ao ritmo de um concerto no Hard Rock Café, etc .E todas as visitas que realizámos foram incrivelmente gratuitas, o que se traduziu, sem dúvida, num conhecimento mais aprofundado das localidades.
No que concerne aos residentes nos EUA, são muito hospitaleiros e tenho de confessar que muitas vezes ficava surpreendida pela positiva. Por exemplo, sempre que tínhamos algum problema técnico com o computador ou precisávamos de ir ao hospital éramos sempre recebidos com um sorriso. Também tivemos a oportunidade de interagir com: os alunos americanos, com os índios nas suas festas tradicionais (os Powwow),etc.
Durante este percurso alucinante, remeteram-me para pensamentos que nunca tinha tido antes, nunca me senti passiva nem dentro nem fora da aula e os professores têm uma abertura enorme connosco, por alguma razão o programa é direccionado para a liderança.
Com as aulas que nos facultaram e as inúmeras visitas de estudo, concluí que é possível tornar a educação apetecível para todos, quer recorrendo a ipads, a computadores adaptados às pessoas com necessidades educativas, a técnicas moldadas aos alunos bilingues e com diferentes culturas, etc. Todos estes métodos de aprendizagem são necessários para que nós consigamos integrar esses alunos nas nossas aulas com o maior sucesso possível. Deixo a questão: não seria o mundo um lugar desinteressante se nenhum de nós pudesse expressar livremente a sua cultura, a sua percepção do mundo e as suas carências?
A minha ida ao bairro Riverfront fez-me reflectir sobre a ideia de que há crianças que não têm as mesmas oportunidades e pontos de partida do que nós, por exemplo há crianças que moram a dez blocos de Spokane e nunca lá foram e há crianças que não possuem um único livro em casa.
O que concluí no bairro mais escasso em recursos e perigoso do estado de Washington foi que os docentes e os directores da escola podem ser uma grande mais-valia nas vidas dos discentes. Acredito que ajudar estas crianças e jovens só me torna mais feliz por tentar tornar este mundo um bocadinho melhor, mesmo que a nossa voz nem sempre seja ouvida no meio da imensidão do oceano.
A última actividade foi a apresentação em Washington, D.C e desde já tenho a exaltar a sinergia, porque foi a prova de que mesmo quando impera o cansaço conseguimos unir-nos e fazer algo distinto.
Seguidamente vou focar as vicissitudes, em suma só tenho um aspecto a apontar: a tristeza que tenho por já ter cessado, pois já sinto a melancolia das saudades.
Podia-me estender muito mais, mas quem estiver interessado em mais alguns detalhes da viagem, pode visitar o meu blog com a descrição diária das actividades e os textos que escrevia para responder às várias perguntas solicitadas pelo meu “peer mentor” e pelo coordenador do programa, o endereço é quatrosemanasemeia.blogspot.com.
Mas não pensem que me estou a esquecer dos portugueses que tornaram tudo isso possível, portanto quero agradecer do fundo do meu coração a essas pessoas, que sabem quem são, e que acreditaram que eu poderia ter um bom desempenho nas terras do tio Sam. Igualmente quero agradecer ao Departamento de Estado por ter financiado, aos professores, directores, coordenadores, “peer mentors” que nos receberam da melhor forma posível.
Finalmente, e em jeito de conclusão gostaria de afirmar: Se foram as melhores cinco semanas da minha vida? Sim, farão sempre parte de mim com júbilo.”
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Finda uma longa viagem, eis que considero este percurso uma grande vantagem não só em termos académicos, como também pessoais. Por outras palavras, considero que todo o trabalho desenvolvido tornou-me uma pessoa revolucionariamente diferente e com mais experiência na minha formação.
Durante este feito extraordinário, as grandes emoções tomaram conta de mim portanto, não sei por onde começar, logo, começo pelas sensações mais tristes que ocorreram no fim. Dizer adeus às pessoas que sempre me acompanharam, não foi tarefa fácil, pois viver diariamente com uma “família” de várias culturas, línguas, talentos e qualidades foi extremamente enriquecedor, lúdico até tornou prazeroso acordar às sete da matina.
Antes de ganhar a bolsa, se me dissessem que ia estar cinco semanas nos EUA, por causa da Fulbright, com certeza que não ia acreditar, contudo depois de ter recebido uma das melhores notícias da minha vida, neste momento acredito quase tudo é possível e que não devemos deixar de sonhar.
Cheney é a cidade das quatro estações, pois tudo aconteceu: fez sol (rimos até de madrugada), choveu (chorei na despedida e no discurso da directora do programa), ou seja, parecia um filme saído de Hollywood. Além disso, o estado onde esta se insere é o Evergreen State, portanto podem imaginar os jardins, as montanhas, entre outras maravilhas pintadas pela Natureza que nos fizeram tirar o fôlego.
Nós tivemos a oportunidade de fazer várias trajectórias nomeadamente fomos a Couer d’Alene, Spokane, Pullman, Olympia, Seattle, etc. e a cidade que mais agraciei foi a última mencionada, pois a Fulbright não se esqueceu de nos proporcionar conhecimento das mais variadas formas e portanto, percorremos vários espaços, entre eles: o museu da música e da ciência; também fizemos uma viagem de barco, admirámos o aquário, subimos a Space Needle, dançámos ao ritmo de um concerto no Hard Rock Café, etc .E todas as visitas que realizámos foram incrivelmente gratuitas, o que se traduziu, sem dúvida, num conhecimento mais aprofundado das localidades.
No que concerne aos residentes nos EUA, são muito hospitaleiros e tenho de confessar que muitas vezes ficava surpreendida pela positiva. Por exemplo, sempre que tínhamos algum problema técnico com o computador ou precisávamos de ir ao hospital éramos sempre recebidos com um sorriso. Também tivemos a oportunidade de interagir com: os alunos americanos, com os índios nas suas festas tradicionais (os Powwow),etc.
Durante este percurso alucinante, remeteram-me para pensamentos que nunca tinha tido antes, nunca me senti passiva nem dentro nem fora da aula e os professores têm uma abertura enorme connosco, por alguma razão o programa é direccionado para a liderança.
Com as aulas que nos facultaram e as inúmeras visitas de estudo, concluí que é possível tornar a educação apetecível para todos, quer recorrendo a ipads, a computadores adaptados às pessoas com necessidades educativas, a técnicas moldadas aos alunos bilingues e com diferentes culturas, etc. Todos estes métodos de aprendizagem são necessários para que nós consigamos integrar esses alunos nas nossas aulas com o maior sucesso possível. Deixo a questão: não seria o mundo um lugar desinteressante se nenhum de nós pudesse expressar livremente a sua cultura, a sua percepção do mundo e as suas carências?
A minha ida ao bairro Riverfront fez-me reflectir sobre a ideia de que há crianças que não têm as mesmas oportunidades e pontos de partida do que nós, por exemplo há crianças que moram a dez blocos de Spokane e nunca lá foram e há crianças que não possuem um único livro em casa.
O que concluí no bairro mais escasso em recursos e perigoso do estado de Washington foi que os docentes e os directores da escola podem ser uma grande mais-valia nas vidas dos discentes. Acredito que ajudar estas crianças e jovens só me torna mais feliz por tentar tornar este mundo um bocadinho melhor, mesmo que a nossa voz nem sempre seja ouvida no meio da imensidão do oceano.
A última actividade foi a apresentação em Washington, D.C e desde já tenho a exaltar a sinergia, porque foi a prova de que mesmo quando impera o cansaço conseguimos unir-nos e fazer algo distinto.
Seguidamente vou focar as vicissitudes, em suma só tenho um aspecto a apontar: a tristeza que tenho por já ter cessado, pois já sinto a melancolia das saudades.
Podia-me estender muito mais, mas quem estiver interessado em mais alguns detalhes da viagem, pode visitar o meu blog com a descrição diária das actividades e os textos que escrevia para responder às várias perguntas solicitadas pelo meu “peer mentor” e pelo coordenador do programa, o endereço é quatrosemanasemeia.blogspot.com.
Mas não pensem que me estou a esquecer dos portugueses que tornaram tudo isso possível, portanto quero agradecer do fundo do meu coração a essas pessoas, que sabem quem são, e que acreditaram que eu poderia ter um bom desempenho nas terras do tio Sam. Igualmente quero agradecer ao Departamento de Estado por ter financiado, aos professores, directores, coordenadores, “peer mentors” que nos receberam da melhor forma posível.
Finalmente, e em jeito de conclusão gostaria de afirmar: Se foram as melhores cinco semanas da minha vida? Sim, farão sempre parte de mim com júbilo.”