
Sérgio Pereira
Tudo começou há uns meses atrás quando, relendo alguns dos triviais e-mails na minha caixa de correio, me deparei com um particularmente interessante que me informava acerca de um curso de Verão a decorrer nos Estados Unidos da América que permitia aos participantes aprender sobre um de dois temas actuais e aliar isso à partilha bidireccional de experiências e de cultura. Mal sabia eu que desse e-mail iria surgir a minha oportunidade de conhecer um excelente grupo de pessoas com interesses comuns, envolto num ambiente espectacular, como o da Kansas State University.
Verificando que nada tinha a perder, decidi tentar a minha sorte e enviei a minha candidatura. Tal não foi o meu espanto quando me responderam positivamente, convidando-me para visitar a capital com o objectivo de ser entrevistado. As semanas seguintes foram passadas com curiosidade, ansiedade, nervosismo natural, e alguns minutos de monólogos em inglês para “desenferrujar” a língua. A entrevista decorreu naturalmente e saí do edifício com um sentimento de alívio e a pensar que tinha dado o meu melhor. Mais tarde, informaram-me que tinha sido escolhido para o Instituto de Verão ao qual me tinha candidatado e que ia, por fim, visitar e aprender mais sobre a bela cultura norte-americana: euforia total!
Meses depois encontrava-me num avião pronto a partir para a terra das oportunidades, curioso com a aventura que encontraria pela frente. Fui recebido de uma forma excelente pelos coordenadores e por todos os meus colegas (agora grandes amigos) e não demorei muito a adaptar-me à língua e ao estilo de vida americano, na calma cidade de Manhattan, Kansas. O espírito do campus foi a primeira coisa que me surpreendeu; todos os elementos da universidade (estudantes, professores e trabalhadores) vivem o espírito universitário, como que as suas vidas se centrassem realmente à volta disso. Não tive quaisquer dificuldades em envolver-me nesse espírito e tenho a certeza que ninguém teria, dada a hospitalidade dos que lá vivem.
A Kansas State University foi fundada há exactamente 150 anos atrás e é conhecida por cultivar a tradição agrícola americana, localizando-se no estado que é o maior produtor de trigo do país. Nós, estudantes europeus, aprendemos bastante acerca dessa tradição agrícola e da forma como a ecologia é vista, não só naquele estado, mas através de diferentes perspectivas americanas e, por intermédio de inúmeras discussões, através de diferentes prismas europeus. Muito do conhecimento que nos foi transmitido resultou de conversas com líderes ambientais e de diversas instituições, e por visitas a essas mesmas instituições. É de saudar o esforço feito pelos incansáveis coordenadores e tutores do programa para a perfeita organização e automação de todas as actividades que foram levadas a cabo. Aprofundaram-se áreas da ecologia mais específicas, como os sistemas de gestão ambiental, as alterações climáticas e as diversas formas de produzir energia, verdes ou não, o que nos permitiu passar a ter uma visão global e holística dessas áreas.
Tudo no Summer Institute foi perfeito e perfeitamente organizado! Desde as actividades mais académicas às actividades culturais, sem esquecer o intercâmbio cultural, a oportunidade de conhecer a capital americana e o sentido de respeito pelo próximo que se viveu. Formamos um excelente grupo de amigos e criamos importantes ligações com colegas do “outro lado do oceano”, o que contribuiu para superar as minhas expectativas acerca deste programa. Resta agradecer à Comissão Fulbright portuguesa, ao Departamento de Estado dos EUA, à Kansas State University e a todos os que fizeram estas magníficas cinco semanas possíveis. Termino o meu texto com um conselho para os que se enquadram no perfil de “Future European Student Leader”: tentem a vossa sorte, não custa nada!