
Mariana Miranda
O dia 1 de Julho de 2013 estará para sempre marcado na minha memória como o início de uma grande aventura e de uma nova fase da minha vida.
Após um dia extenuante em aeroportos, os que se seguiram foram de visitas guiadas naquele que é um dos mais belos campus universitários do mundo e de aulas com professores de algumas das faculdades de topo nas respetivas áreas. A Kelley School of Business recebeu-nos de braços abertos e a preocupação de nos proporcionar um programa de excelência foi notório. As aulas que tive, que se dividiam em negócios e empreendedorismo, davam bases de como criar uma empresa, como financiar as novas ideias e apresenta-las eficazmente, mas também ensinaram-me o que é ser verdadeiramente um empreendedor em causas sociais e foi extremamente interessante estudar exemplos reais e visitar e ser visitado por representantes de empresas locais e nacionais. Mas mais que isso, fizeram-me perceber que as escolhas que fazemos nunca nos devem impedir de seguir caminhos paralelos desde que eles nos levem a fazer algo que nos apaixona.
Para além de todas as palestras, visitas e paneis que eu e mais 19 estudantes europeus tivemos, fomos desafiados com dois projetos para fazer ao longo das 5 semanas. Um era individual e consistia em pegar num problema social no nosso país e criar um negócio cuja missão fosse atuar sobre a causa desse problema. O outro era um projeto de grupo de consultadoria para uma empresa local, que se encontrava à procura de uma mudança estratégica nos serviços e de um novo plano de marketing. Foram trabalhosos, mas permitiram aplicar os novos conhecimentos e tiveram resultados realmente bons.
Embora até nos tempos livres tivéssemos trabalho para o programa com as leituras e outros trabalhos de casa (no que foi uma verdadeira experiência académica nos EUA), também houve tempo para a diversão e descoberta do país. Os monitores e os coordenadores foram excelentes e proporcionaram-nos um 4 de Julho magnífico com um desfile local, um jogo de Basebol, fogo-de-artifício e muita fast-food na capital do estado. Não faltaram visitas aos centros comerciais, àquelas lojas que conhecia mas só dos filmes, ao farmers’ market, restaurantes com comida de todo o mundo e claro às geladarias, cafés e lojas locais. Passamos um dia em Bradford Woods, fizemos voluntariado para a Habitat for Humanity e Mother Hubbard’s Cupboard, houve também hiking no Griffy Lake, uma bonfire num local de uma beleza impar (onde comemos cachorros quentes e marshmallows), e (para sentirmo-nos mesmo na América) sobrevivemos a um tornado, que passou ao lado, felizmente. Os finais de tarde foram sempre repletos de diversão num campus extraordinário para explorar, com museus, piscinas, cinema, teatro, música ao vivo e edifícios que pareciam saídos dos livros de Harry Potter, e foram também azo para discussões com os outros participantes e americanos sobre um pouco de tudo, desde a crise económica europeia até qual o melhor filme para ver depois do jantar.
Foi na cidade da Casa Branca que a minha aventura nos EUA terminou. Uma última semana de emoções muito fortes por ver todo o trabalho recompensado, por ter a oportunidade imperdível de descobrir o National Mall e o Smithsonian, mas principalmente por serem os últimos dias com pessoas incríveis que mudaram a minha vida e que nunca vou esquecer.