«A experiência está a ser fantástica! Comecei as aulas há dois dias, tenho aulas em formato palestra com mais de duzentas pessoas, tenho aulas em formato de debate, em que somos pouco mais de vinte e dispomos as mesas em rodinha, tenho aulas normais com trinta pessoas em que o professor fala e os alunos ouvem, tenho aulas de laboratório… Há de tudo. Como estou numa liberal arts university, temos total liberdade para desenhar o nosso horário (dentro dos requerimentos do major e/ou minor), e é-nos pedido que tenhamos disciplinas em várias áreas.

Neste momento, estou a tirar um Bachelor of Science em Physics, um minor em Astronomy e estou a planear tirar um segundo BS em Applied Physics, com um minor em Engineering, a partir do próximo semestre. Este tipo de plano de estudos “duplo” é muito comum nos EUA. Para já, é o plano para os próximos 4 anos. Depois disso, eventualmente um estágio ou um mestrado, mas ainda é muito cedo para apontar algo em concreto.

O desejo de estudar nos EUA surgiu pela primeira vez quando vi um filme sobre irmandades e fraternidades, tinha cerca de 13 anos, e fascinou-me ver a vida que caracterizava o campus da faculdade. Essa vontade evoluiu, transformando-se numa vontade mais ‘académica’, quando descobri que gostava de seguir Astrofísica no futuro, e trabalhar numa área científica cujos limites estão sempre a ser desafiados e transpostos.

Participar no Competitive College Club da Comissão Fulbright foi extremamente importante neste processo, uma vez que me forneceu as ferramentas para não ser uma completa outsider no processo de candidaturas. Tivemos um professor americano do Wisconsin, Nick Csargo, que nos transmitiu alguns princípios básicos de história e cultura americanas, através da análise de livros emblemáticos, nomeadamente To Kill a Mockingbird, The Great Gatsby, Slaughterhouse 5, The Crucible e One Flew Over the Cuckoo’s Nest.

Estudar nos EUA é uma experiência completa, que nos faz crescer académica e psicologicamente. Devo acrescentar que vão sentir falta do vosso país, das pequenas coisas que achavam que não iam notar a falta, como um prato de comida caseira quentinha ou um pastel de nata e um expresso. E vão sentir muito a falta da vossa família. Mesmo muito. Dizer adeus não vai ser fácil, e saberem que vão estar meses sem os ver muito menos. Hoje em dia falo com os meus pais por FaceTime todos os dias, e torna-se mais fácil a cada dia que passa. É uma questão de hábito. E no final, vai valer a pena. Chega sempre o dia em que ‘deixamos o ninho’ e temos de nos desenvencilhar sozinhos. Seja por uma razão ou por outra. E no meu caso, foi uma excelente razão.»

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