Quando me candidatei para o curso de verão de Administração Ambiental, não fazia qualquer ideia daquilo que me esperava nas 5 semanas que viria a passar no Kansas. Seduzida pelos nomes “Administração” e “European Student Leaders”, na minha cabeça estava montado um cenário totalmente administrativo e formal. No entanto, uma vez no Kansas a parte “ambiental” sobrepôs-se a todas as outras e começou a fazer absoluto sentido o facto de vir a estudar administração ambiental ali.

Viver no Kansas foi uma surpresa desigual! Especialmente para mim, uma rapariga citadina, habituada aos ares cosmopolitas de Lisboa, estava completamente fora da minha zona de conforto!

Juntamente com 19 novos amigos de divergentes países da Europa e de diferentes áreas de estudo, enfrentámos esta aventura. Foram imensas as horas passadas em aviões para ali chegarmos. Durante as semanas passadas nos EUA, especialmente no Kansas, imensurável o tempo passado dentro de carrinhas para que alcançássemos os destinos das nossas actividades, mas sempre que a expedição terminava, ficávamos perplexos e tremendamente agradecidos por nos ter sido dada a oportunidade de ali estarmos.

A língua e a divergência de culturas não constituíram qualquer barreira para a minha adaptação. Muito pelo contrário! Facilmente me habituei aos friendly Americans e tudo foi muito mais simplificado pelo facto de para além dos orientadores, ter uma student mentor americana sempre a apoiar-me e explicar-me qualquer curiosidade ou dúvida que eu tivesse sobre a sua cultura. Os americanos são pessoas à partida extraordinariamente amigáveis e, no ambiente do Kansas, custoso era chegarmos a um local e não sermos interpelados com os seus meaningful greetings e generosos gestos, como um simples abrir de porta (onde quer que fosse), que nos deixavam bem-dispostos para o resto do dia.

Lembro-me de que quando me candidatei, li na descrição do programa que se tratava de um curso extremamente intensivo e que pouco seria o tempo livre para lidar com assuntos pessoais. Com uma agenda redondamente planeada ao minuto, diversas actividades e jornadas, tempo livre era algo sensivelmente inexistente. No entanto, usei o jet lag a meu favor e foi-me possível fazer skype todos os dias com a minha família e amigos e mantê-los a par de toda a excitação da viagem.

Foram imensas pessoas e imensos locais. Explorámos (se assim o posso dizer) América de extremo a extremo (Kansas State -> Seattle, WA -> Washington, DC), aprendendo sempre algo diferente! Conhecendo pessoas influentes e singulares, como por exemplo Dr. Wildcat, um nativo americano e director de uma escola indígena, no KS. Foi-nos por ele dado um discurso tremendo, sobre a relação entre o Homem e a natureza.

Ouvimos relatos de pessoas com histórias de vida únicas, incluindo a de uma rapariga do grupo, que cruelmente foi afectada pelos combates violentos, na Ucrânia.

 Conhecemos cidades com histórias exemplares, como o caso de Greensburg, uma cidade que foi completamente destruída em 2009, por um Tornado. Mesmo assim, a sua comunidade reuniu-se e reconstruiu a sua cidade, adaptando-se às energias verdes. E visitando espaços que nos tiravam as palavras da boca, como por exemplo o National Olympic Park, em Seattle. Ou a viagens entusiasmantes ao Banco Mundial e Georgetown University, em Washington DC.

Poderia enumerar muitos mais exemplos, decerto uma coisa é importante mencionar: nunca houve maus momentos! A América e a Europa têm muitas diferenças, embora quando se tem um grupo de 19 amigos extremamente unidos, que estão a enfrentar a mesma situação que nós; admiráveis instrutores, 24h sob 24h disponíveis para nos apoiarem e óptimos student mentors, é impossível haver algo que corra mal!

Os maiores ensinamentos que trouxe comigo da América: Não perdemos nada em tentar e nunca devemos de aceitar um “não” como resposta.

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