«30 de Junho de 2014 foi quando começou a maior aventura e a mais inesquecível experiência que tive até agora. Um dia fatigante e cansativo entre aviões, aeroportos e autocarros até finalmente chegar a Bloomington, Indiana, o nosso lar durante 4 semanas, meu e de mais 19 europeus. O quarto é partilhado, com aquele que se pode tornar um grande amigo, como foi no meu caso. No dia seguinte foi-nos apresentado o campus e todos os locais que tínhamos de saber pelos PA’s –  3 estudantes americanos que partilham a experiência connosco. É um campus lindo, no entanto toda a gente reclama do tempo muito quente e húmido, e do jet lag. As aulas, às 9 da manhã não facilitam, mas o entusiasmo de começar a conhecer toda a gente e de querer saber tudo é mais forte e tudo se faz.

Os caminhos entre a Kelley e a Residência de 15 minutos são alegremente passados a socializar e a conhecer aqueles que serão bons amigos no futuro. Ao fim de uns passeios já se tem preferências e já se identificam as pessoas mais parecidas connosco, com os mesmo gostos musicais, que eventualmente cantam sem vergonha na rua ou no chuveiro, que sabem discutir assuntos do dia-a-dia, desde o obama-care à crise económica, desde as diferenças culturais Norte-Sul à sua justificação Histórica, ou aos típicos debates americanos democratas vs republicanos. Ou então não, e são só piadas e momentos de descontracção e alegria.

No meio de uma rotina de aulas, ginásio, trabalhar para o Projecto Individual, compras e etc, existem os jantares que os PA’s tanto gostam de fazer: desde os restaurantes típicos de hambúrgueres americanos (muito melhores que os nossos já agora), ao japonês ou a outras comidas internacionais ou tipicamente americanas. Bons momentos, boas memórias. Depois de um 4 de Julho incrível, passado em Bradford Woods em actividades de TeamBuilding e num jogo de Basebol em Indianapolis com direito a Fogo de Artifício, tivemos a noite de Karaoke, bom para descontrair da 1ª semana, muito intensiva em todos os sentidos.

Entre a “rotina” habitual das aulas, tivemos visitas a várias organizações locais, empresas de âmbito social e/ou ambiental, bem como voluntariados vários. Destaca-se talvez termos ajudado a construir uma casa, através da Habitat for Humanity. Apresentas 2 projectos, um individual outro de grupo (consultoria) num curto espaço de tempo, nem sabes muito bem como (sabes sabes: dormir pouco, cada vez menos, mas não faz mal, nem sequer te sentes cansado). Vais à feira Regional onde se come uma maravilhosa maçaroca de milho com manteiga e sal, como se faz tipicamente no mid-west americano. E irás com certeza visitar a capital do Estado, Indianapolis. Fizemos um campfire, com direito a marshmallows e cachorros, feitos numa fogueira como se vê nos filmes.

Vem o jantar de despedida de Bloomington com direito a vídeos e fotos embaraçosas, e aí te apercebes que passaram 4 semanas e que está quase a acabar. Talvez deites 1 lágrima ou outra ao rever uns dos melhores momentos da tua vida, apesar de nunca esperares que isso te acontecesse, a ti!

Nos últimos dias do Programa estamos em Washington DC, onde tivemos oportunidade de conversar com republicanos e democratas, bem como de apresentar o Projecto Individual ao Departamento de Estado, que financiou tudo. Tivemos tempo para ser turistas, para nos perdermos nos memoriais e museus, bem como nas maravilhosas avenidas, no capitólio, na casa branca…  Tempo também para fazer uma Sangria caseira com os espanhóis, para aproveitar a última noite, apesar de ser ilegal.

Depois chega a despedida, a dolorosa despedida. No meio das lágrimas, beijos e abraços apercebeste que partilhaste uma experiência com pessoas com uma cultura diferente da tua, com diferentes feitios, com diferentes backgrounds, pessoas que te inspiram pelo seu dinamismo e que te ajudarão a mudar o Mundo e a torna-lo um local melhor, uma comunidade.

O programa deu novos mundos ao meu mundo, tal como Portugal nos Descobrimentos. Esta experiência é o melhor ambiente para conviver com pessoas incrivelmente parecidas e ao mesmo tempo muito diferentes de ti, pessoas que são teus amigos e/ou um amor que cresceu na América, mas que se pode desenvolver na Europa. Esta experiência é o começo da tua Vida. Estás à espera de quê? Dá o teu máximo na candidatura, na entrevista, prepara-te incansavelmente, porque, acredita em mim: não vais querer perder isto.»

Bruno Frazão Ferreira, Setembro de 2014

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