Rita Marques – (Universidade Nova de Lisboa)
Universidade de Drexel, Filadélfia, Pensilvânia
“Uma hora após o embarque no voo para Philadelphia, enquanto folheava a revista da companhia aérea que escolhera para assunto principal, naquele mês de Julho, precisamente a nossa cidade de destino, uma frase chamou-me a atenção. O autor de um dos textos descrevia Philly como uma «southern town disguised as a northern city».
Passado hoje um mês do meu regresso dos EUA, não encontro melhor forma para descrever não só a cidade, mas sobretudo aquilo que sempre senti ao longo das cinco semanas que ali passei, ao abrigo deste programa de Verão. O calor humano e a simpatia da população local, em especial dos nossos professores e dos nossos mentores (alunos da Universidade de acolhimento, que nos acompanhavam diariamente), fizeram-nos sentir rapidamente em casa. A rigorosa e diversificada planificação das nossas semanas criou-nos uma rotina (que aceitámos como se sempre fora nossa) fundamental para nos entrosarmos no dia-a-dia de Philly, ao mesmo tempo que participávamos em actividades únicas. Relembro com saudade a tarde solarenga que passámos num jardim de cultivo e ainda uma outra em que nos foi dada a difícil tarefa de escolhermos livros que enviámos para prisões americanas, em resposta aos milhares de pedidos enviados pelos prisioneiros.
Porém, não posso esquecer um elemento-chave neste processo de integração: as aulas. Elas deram-nos o que faltava: o conhecimento e a compreensão do novo mundo que nos rodeava. Dos textos históricos basilares, passando por figuras incontornáveis da curta história americana, até ao actual processo eleitoral, de tudo um pouco nelas se falou. Mas não nos foram apenas dadas as ferramentas para entender a sociedade americana; com elas nos foi pedido que reflectíssemos e expuséssemos a nossa opinião sobre o que íamos debatendo. Assim escrevemos textos argumentativos e apresentámos discursos, que hoje todos nós revemos com uma grata recordação pelos inesquecíveis momentos que nos proporcionaram.
Por fim, mas não de menor importância, não posso deixar de referir as boas amizades que ali fiz: desde os professores, de uma total disponibilidade e grande profissionalismo, aos mentores, nossos amigos para todas as ocasiões, e aos outros participantes europeus, verdadeiramente outstanding.
Não posso, desta forma, deixar de fortemente recomendar este programa de Verão. Mais do que um programa de estudo académico, esta é uma jornada à procura de nós mesmos em território americano.”

Ana Filipa Maia – (Universidade de Coimbra)
Universidade de Bentley, Bentley, Massachusetts

“Foi, sem dúvida, um mês cheio de emoções, aprendizagem, concretização de sonhos e dificuldades. Já passaram algumas semanas de descanso e um novo ano lectivo está para começar, mas ainda estou a digerir a experiência e a partilhá-la com os meus familiares, colegas e amigos.
As diferenças entre a vida, a identidade, a cultura e a rotina norte-americanas foram, desde logo, muito sentidas por todos nós. Mas também ficou claro que cada um dos alunos era muito diferente, independentemente do país de origem. Gostei muito dos meus colegas e aprendi muito com todos eles. Penso que é reciproco.
Fiquei surpreendida com o facto de alguns ainda estarem a acabar o liceu, outros não estarem a estudar e outros já terem 21 anos, o que mostrou que os critérios de selecção variaram de país para país.
Foi fácil adaptar-me (excepto à comida e ao horário de refeições); esforcei-me para não me sentir penalizada, fosse de que forma fosse, sobretudo por ser a única representante de Portugal no meu grupo, perante três e quatro membros de outros países.
A certo ponto, percebi que não era só uma viagem de enriquecimento pessoal e académico, mas quase uma missão patriótica.
A ignorância da generalidade dos americanos e até dos europeus em relação a Portugal foi, muitas vezes, chocante para mim. Este foi um sentimento partilhado pelas três – eu, a Joana e a Rita – quando trocámos impressões. Mas os grupos eram formados por pessoas muito curiosas, inteligentes e tolerantes, que abriram os seus braços e horizontes.
Penso que todos demos o nosso melhor para assimilar todo o conhecimento, todas as sensações de lá provenientes, ao mesmo tempo que partilhámos e ensinámos muito uns aos outros sobre cada um de nós e o nosso país de origem. Orgulhei-me de ser portuguesa, mesmo perante a magnificência americana.
Esta é uma experiência a recomendar a todos os jovens que desejam partir numa aventura intensa de conhecimento, de crescimento pessoal e intelectual, de conhecer de perto a cultura mais poderosa do mundo e de partilhar a experiência com um grupo de jovens inteligentes, interessantes e de meios muito diversos.
Assim, aproveito para agradecer o facto de me terem seleccionado, sobretudo perante tantos candidatos. Foi uma honra, aprendi imenso e espero ter estado à altura das expectativas.”

 

Os Summer Institutes for Outstanding European Students é um programa de estudos intensivo de cinco semanas nos EUA, que incide no estudo dos EUA e promove o envolvimento cívico através de aulas na universidade e actividades práticas.

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